Recentemente, a morte de uma turista em Fernando de Noronha trouxe à tona uma condição perigosa e potencialmente fatal conhecida como doença descompressiva (DD), que afeta mergulhadores e praticantes de atividades subaquáticas. Mas o que exatamente é essa doença e como ela acontece?
A doença descompressiva, também chamada de “mal dos mergulhadores”, ocorre quando o corpo é submetido a uma rápida mudança de pressão, como ao emergir bruscamente das profundezas do mar. Durante o mergulho, o aumento da pressão faz com que o corpo absorva mais nitrogênio do que normalmente faria. Esse gás se dissolve nos tecidos e é liberado gradualmente quando o mergulhador retorna à superfície.
O processo de formação de bolhas de nitrogênio é normal durante a liberação desses gases. Desde que não se acumulem em excesso, essas bolhas são eliminadas naturalmente pela respiração, sem causar danos. A doença descompressiva acontece quando o retorno à superfície é mais rápido do que a capacidade do corpo de expelir os gases. Nesse caso, as bolhas não têm tempo suficiente para serem liberadas de forma adequada e começam a se agrupar rapidamente nos vasos sanguíneos.
Esse fenômeno, chamado embolia gasosa, ocorre quando as bolhas crescem tanto que obstruem a circulação sanguínea, prejudicando o fluxo de oxigênio para os tecidos. Isso pode resultar em uma série de sintomas, desde dores nas articulações e tonturas até paralisia e dificuldades respiratórias. Nos casos mais graves, como o que aconteceu em Fernando de Noronha, a embolia pode ser fatal se o tratamento não for iniciado imediatamente.
Para prevenir a doença descompressiva, é essencial que os mergulhadores sigam protocolos rigorosos de descompressão, realizando as paradas necessárias durante a subida à superfície. O uso de tabelas de mergulho e computadores especializados ajuda a calcular o tempo correto de descompressão, garantindo que o corpo tenha tempo suficiente para liberar o nitrogênio sem que ele cause embolias.
O tratamento da DD, quando detectada, geralmente envolve o uso de uma câmara hiperbárica. Essa técnica submete o paciente a uma pressão controlada que auxilia na dissolução das bolhas de gás, restabelecendo a circulação sanguínea normal.
Conclusão:
A doença descompressiva é uma condição grave, porém prevenível. Mergulhar é uma atividade fascinante e repleta de descobertas, mas é fundamental respeitar os limites do corpo e seguir todas as orientações de segurança para evitar que tragédias como a de Fernando de Noronha se repitam. Com conhecimento e cuidados adequados, é possível explorar o mundo subaquático com tranquilidade e segurança.